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Ser madrasta não é desejar a separação de uma família...

Este espaço foi criado para um diálogo aberto, honesto e com muito respeito. E um assunto que devemos falar é este. Não é porque me tornei madrasta, não é porque o homem da minha vida tem um filho que eu me torno um símbolo de destruição de famílias. Conversando com outras madrastas é unânime esta sensação, nós sentimos que as pessoas nos olham como se fossemos, em partes, responsáveis pela destruição de uma família. Julgamento. E como eu já sinalizei aqui, julgamento muitas vezes vindo de pessoas do bem e muito queridas . As vezes quem julga não tem a intenção de ferir, por isso é importante falarmos deste assunto para que o “senso comum” não se torne a única alternativa para se reproduzir as narrativas quando o assunto é casamento, formação de famílias, afetividade etc.

Cada casal que se separa tem sua trajetória, seus motivos e suas escolhas que são únicas e envolvem marcas e questões de cada caso. São infinitas as nuances de cada história, mas quando ela acaba, culpar um terceiro é mais fácil, e culpar uma mulher é ainda um caminho curto. Quando se responsabiliza (e muitas vezes automaticamente) uma mulher pela separação de um casal, é um reforço das tantas outras responsabilidades que recaem exageradamente sobre a figura feminina no tecido social.

Meu convite neste contexto é que possamos olhar para as relações como mais empatia, mais compaixão. Que o nosso olhar sobre afeto seja em sua inteireza e não somente em parte da história, para criar a partir daí um culpado ou culpada. Cada um em suas relações tem suas responsabilidades, e elas terão um preço; eleger um culpado é tentar justificar uma situação com mais dor e peso.

Percebo que falamos poucos dos combinados nas nossas relações pessoais. Dos acordos, da responsabilidade afetiva que devemos assumir ao entrarmos nos relacionamentos. Se escancararmos esta temática na esfera familiar, de amizade, frisando as compatibilidades dos envolvidos na relação e não o romantismo ao longo dos tempos... Se pudéssemos falar desde cedo sobre isso com nossas crianças e adolescentes, ouso dizer que provavelmente o número de separações estaria menor.

As madrastas não desejamos o fim e a quebra de nenhuma família, e muito menos representam isto. Pelo contrário, estamos lutando dia a dia para manter a serenidade em nossos lares, assim como toda família, ao seu modo, busca. Podemos mudar essa narrativa, vamos? Madrastas, já sentiram essa ‘responsabilização’?


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